Transformação com alma: casa em São Paulo respira natureza e design

A nova fachada desta morada já anuncia o que acontece por dentro. O que antes era uma casa-padrão em condomínio fechado, hoje revela uma residência única, viva e totalmente conectada ao jardim. O projeto, assinado pelo Studio DWG, é fruto da segunda colaboração entre os moradores e a arquiteta Mariana Albuquerque, ao lado do engenheiro Guilherme Ommundsen.

A reforma foi radical. Localizada na Chácara Santo Antônio, bairro na Zona Sul de São Paulo, e com 880 m² de área construída sobre um terreno de 640 m², a casa passou por uma reestruturação completa — da planta ao paisagismo. O objetivo era claro: criar uma “casa útil”, onde cada espaço tivesse propósito e fluidez, sem barreiras entre interior e exterior.

Logo no térreo, a área social se abre em três ambientes integrados: home theater, sala de estar e um espaço dedicado à adega, ideal para receber com charme e informalidade. A cozinha, pensada para ser versátil, pode se conectar ou se fechar à sala conforme a ocasião. Um sistema de marcenaria minimalista esconde os eletros e revela uma despensa generosa.

Do lado de fora, o jardim se transforma em extensão natural da casa. A piscina em formato de raia acompanha a linha do terreno e se conecta à sauna envidraçada, que permite mergulho direto na água. Um firepit convida ao encontro sob as árvores preservadas, que ditaram o ritmo da arquitetura. O espaço gourmet, com parede de travertino, é coberto por um forro ripado em cumaru que se estende desde o living, reforçando a continuidade visual. Ali, as cadeiras e banquetas são da Tidelli, e a mesa de refeições com tampo em madeira rústica é de Pedro Petry.

No andar superior, a planta foi redesenhada para atender às novas demandas da família. A suíte master ganhou um closet espaçoso e um banheiro unificado, moderno e funcional. Os dormitórios dos filhos foram reorganizados, e no subsolo surgiu uma academia com sala de massagem — resultado da conversão de parte da área de serviço.

Cada detalhe foi pensado para refletir o estilo de vida dos moradores. A paleta de cores aposta em tons naturais e texturas suaves, como o porcelanato Folk Grey da Portobello no térreo e o Dakota da Colormix no piso superior. Nas paredes externas, o Marmorino traz um toque acetinado e artesanal.

A decoração é um capítulo à parte. Peças de Jader Almeida (poltronas May, mesas de centro Roots, cadeiras de jantar Ella, mesa de jantar Dinn, aparador aéreo Matriz e pendente Pinn), Guilherme Wentz (poltronas e sofá Baixo), Aristeu Pires (poltronas com banquetas Alice), Jorge Zalszupin (banco 102), Estudiobola (sofá Drops) e Isabelle de Mari (mesa de centro Pietra) compõem os ambientes com sofisticação despretensiosa. Na sala de jantar, um móvel em “L” desenhado pelo escritório funciona como aparador, buffet e biombo, garantindo privacidade sem bloquear a luz.

Mais do que uma reforma, o projeto é uma reinvenção. “Mesmo em um condomínio com casas padronizadas, é possível criar algo exclusivo e cheio de identidade”, afirma Mariana. A obra foi concluída em um ano — tempo suficiente para transformar uma estrutura genérica em um lar com alma.